De 28 a 31 de outubro Fernando esteve em Joinville para participar de um congresso. Inicialmente ficou decepcionado com a cidade, que é a maior cidade de Santa Catarina, tendo sua renda oriunda em sua maior parte das indústrias ali instaladas.
Duas coisas chamaram minha atenção. A primeira é que a cidade está localizada há poucos quilômetros de um litoral belíssimo, de costas para o mar, o que para um carioca é difícil de entender. Com isso, a cidade perde a chance de possuir as características e o charme dos centros urbanos à beira mar.
A segunda coisa é que a cidade tem um potencial turístico amplo, mas que é pouco explorado pela prefeitura e os empresários locais. Além do litoral, onde se encontra São Francisco do Sul, por exemplo, existem diversos atrativos urbanos, como: Museu dos Imigrantes, Museu do Ferro de Passar, Museu de Arte, Parque da Cidade, Escola do Teatro Bolshoi no Brasil, um privilégio nacional, etc.
A própria proximidade de Blumenau (cerca de 60 km) e de outros centros urbanos do Vale do Itajaí constitui um fator extra de atração de fluxos turísticos para a cidade, uma vez que possibilita ao turista de Joinville passar o dia em Blumenau, por exemplo, notadamente por ocasião da Octoberfest.
Outros atrativos encontram-se na área rural do município, de colonização alemã, como nas regiões de Quiriri, Pirai, Estrada Bonita e Dona Francisca.
Entretanto, não vi no hotel e imediações nenhuma divulgação dos atrativos mencionados, nem a presença de operadores de turismo num congresso com mais de 400 participantes, onde vários iriam emendar os dias do congresso com o feriado e o fim de semana.
Joinville possui uma boa infra-estrutura de hospedagem e de alimentação. Contudo, a maioria dos restaurantes deixa a desejar, talvez por não contarem com um fluxo regular de clientes o ano todo. Com isso, muitos restaurantes só funcionam em determinados horários e dias. Assim aconselho a telefonar antes de ir comer em algum lugar.
Outro aspecto é que a maioria está concentrada no gênero Pizzaria/culinária italiana e, secundariamente, no gênero Petisqueria/frutos do mar.
No domingo (dia 28 de outubro) fiz minhas refeições na praça de alimentação do Shopping Mueller por comodidade, pois o Hotel Bourbon (onde fiquei hospedado) conta com uma passagem no 3º andar, que vai dar no meio do shopping.
Acabei almoçando num chinês razoável (Xangai) e jantando, para minha decepção, uma batata assada cujo recheio de frango com catupiry teimou em ficar meio frio.
Na segunda-feira, seguindo as informações de um mapa turístico publicado pela prefeitura, fui parar num restaurante com o nome de Emmendorfer, que consta como sendo de culinária alemã. Outra decepção, a propaganda era enganosa, pois serviam uma comida caseira e com pouca variedade, apesar da arquitetura do local.
Segundo uma senhora que estava saindo do restaurante, o melhor restaurante de culinária alemã é um tal de Recanto das Marrecas, mas que fica afastado do centro da cidade.
Gastei R$ 20 de táxi para ir e voltar e não consegui almoçar.
Outra experiência que tive e que a pessoa da cidade grande não se dá conta, é que táxi não se encontra fácil circulando nas ruas. Ainda bem que o motorista havia me dado um cartão com o telefone de um ponto: (47) 9978-7171 (Ponto de táxi Shopping Mueller) ou 3422-4445.
Considerando que a maioria dos restaurantes na rua do hotel estava fechado, resolvi seguir a indicação do motorista do táxi e fui almoçar num restaurante ao lado do hotel, a Pizzaria Fatirela. Foi outra decepção. Vi-me diante de uma comida caseira, a quilo, com pouca variedade e com massas mal feitas e mal apresentadas. Estranho que estava lotado de gente da terra, talvez pelo preço mais baixo do que o de outros lugares (R$ 24,90 o quilo).
Quando voltei para o hotel, perguntei na recepção se conheciam algum restaurante alemão. A resposta foi negativa e não se deram ao trabalho de procurar uma indicação.
De noite, afinal tive uma surpresa muito agradável. Saí do congresso com um grupo de amigos e conhecidos e fomos parar numa cervejaria na mesma rua do hotel e há uns 100 m de distância, cujo nome é Choperia Zum Schlauch (R. Visconde de Taunay, 555 – Centro). Enfim, achei o restaurante de culinária alemã que estava procurando, com comida variada e “a la carte”.
Pedimos de entrada um Bockwurst (salsichões com chucrute e batata cozida), acompanhado de um chope muito bem tirado, eu diria impecável. Por sinal, a casa conta com vários tipos de chopes: claros e escuros, pilsen, etc.
Depois da entrada, pedi um Marreco Recheado Tradicional. Estava delicioso.
Para finalizar, reparti um strudel de maçã, acompanhado de uma bola de sorvete de creme e uma colherada de creme chantily, também delicioso. Fui dormir com uma sensação imensa de saciedade. Há anos que não comia um marreco tão bem feito.
No dia seguinte, tive outra boa surpresa, ao almoçar num restaurante localizado no último andar (vista panorâmica) do Hotel Tannenhof, que fica situado quase em frente ao Hotel Bourbon. A comida é razoável, mas vale pela arquitetura e pela vista do lugar.
Por último, observo que os preços de restaurantes são muito próximos, na média, aos praticados no Rio de Janeiro e, portanto, caros.